Não somos quietude, somos movimento
Voltando
do trabalho, caminhando nessas ruas iluminadas por esse sol que doura as árvores,
fiquei pensando: Às vezes a calmaria da vida nos impulsiona a uma inquietude
interna, apesar de diversas vezes a agitação da mesma não perturbar nosso
interior. Aqui a gente diz que nesses momentos da vida, mais parece que estamos
com um “bicho carpinteiro” que
não sossega e não se acalma.
Os questionamentos surgem, as idéias pairam como garças no pôr
do sol pousando sobre as árvores à beira do lago. As Idéias, os sonhos, os
desejos, todos juntos e misturados, pintam e bordam sem restrições.
Depois dizem que mineiro é bobo... Mineiro é poesia isso sim!
Mineiro é tudo e mais um pouco, uma soma de sentimentos e realidades. Não
conseguimos desvencilhar da realidade essa força que nos move a sonhar.
Essa estranha inquietação que faz o coração acelerar e parar
em compassos mais lentos nos tira e nos traz à realidade, deixando tudo um
pouco no seu lugar. Às vezes vemos o avesso como algo errado, mas muitas vezes
o errado está na forma de se ver.
No fundo, deixamos o dia a dia ditar quem somos ou o que gostamos, sendo que essa escolha é mais intima que comunitária. Inquietar-se é bom - sinal que ainda estamos vivos, que ainda questionamos nosso modo de viver, de pensar e acreditamos nessa possibilidade de mudar, acreditamos ainda em nós.
Acreditar em nós é o motor de propulsão que faz que nossa
vida seja realmente vivida com sentido e não automatizada. Não somos robôs
cibernéticos, não somos máquinas; somos sentimentos, somos carências, somos
lágrimas, somos sonhos, somos reversos... e ainda bem que somos, porque podemos
mudar a qualquer momento.
Então, inquietar-se nada mais é como cachoeira no curso do rio, mesmo que tranqüilo e sereno, de repente deságua com força e beleza.
Há quando
tempo você não deságua em forma de cachoeira os seus sentimentos? Quanto tempo
faz que você não para e olha para a sua volta e se permite incomodar-se com
aquilo que se transformou em quietude? Não somos quietude, somos movimento.
Nunca se esqueça disso!
Já ouviu
falar que água parada dá bicho? Já viu falar que pode dar dengue? Porque será?
Porque tudo que para, morre. E se morre, apodrece e se apodrece não se vê mais
beleza. A campanha da dengue diz: 10 Minutos contra a Dengue! E eu digo a você:
10 minutos contra a calmaria que esconde o falecimento dos SONHOS. Se dê 10
minutos diários para rever suas escolhas, para descobrir os sonhos esquecidos,
as escolhas mal feitas, os passos mal dados, as palavras não ditas ou mal
ditas. Não dá pra deixar as coisas para trás para depois você voltar para
catar, porque talvez você não tenha mais disposição para catar uma a uma.
Como você vai estar daqui a 10 anos? Pense nisso! Corra enquanto há tempo, pois enquanto temos vida, temos chance de mudar o curso da história, da sua história.
Mineiramente
falando, os dias podem ser os mesmos, as ruas, as avenidas, as pessoas... Mas
se nós quisermos, podemos sempre nos renovar como um entardecer se renova no
horizonte todas as tardes. É o mesmo sol, mas nunca é a mesma tarde. Talvez
você só precise dessa inquietação para ver quanto ainda tem para viver!
Um grande abraço!!!
Comentários
Postar um comentário